Ao contrário do que se pensa, o englobamento de dividendos de ações portuguesas e europeias é geralmente benéfico, independentemente do escalão de IRS em que se encontra.

É verdade que quanto maior for o seu escalão de IRS, menos benefícios irá obter optando pelo englobamento, mas além deste critério há 2 outros mais importantes:

1. O montante de dividendos sujeitos a tributação em 50%;
   (todos os dividendos de ações portuguesas e de empresas europeias que cumpram os requisitos da diretiva 2011/96 UE)
2. O montante dos restantes rendimentos tributáveis da Cat. E;

Exemplo:

O rendimento coletável do Manuel no ano anterior foi de 27 500.00 €, o que o coloca no escalão de IRS de 37%. A somar a este valor, obteve dividendos tributáveis em 50% (de empresas portuguesas e europeias) no valor de 5 000 € e ainda dividendos de empresas norte americanas e outros juros de depósitos à ordem no valor de 1 000 €

Ao optar pelo englobamento, soma-se o rendimento coletável com os restantes rendimentos da Cat. E, e 50% dos dividendos de empresas que cumpram os requisitos. (27500 + 1000 + (5000 * 0.50)) = 31 000 €. Este é o rendimento coletável sobre o qual irá ser calculado o seu IRS. O imposto a pagar seria de 8 472.53 €. Se optar pelo não englobamento, pagará 28% sobre os rendimentos da Cat. mais o IRS proveniente do seu rendimento coletável. Imposto a pagar seria de 8 837.73 €.

Optando pelo englobamento poderia poupar 365.20 €, mesmo quando o seu escalão de IRS estava situado nos 37%

Nota:
Ao optar pelo englobamento de dividendos, deve declarar todos os rendimentos da Cat. E